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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Empreendedores investem na poderosa ferramenta do design para alavancar vendas

A tecnologia e a criatividade ajudam a dar o diferencial 
de produtos e serviços disponíveis no mercado
Por Fabio Alencar / A Crítica 
Além de criar as embalagens, o design ajudou a dar identidade
 mais regional aos produtos, com uso de elementos amazônicos
(Foto: Divulgação/ Daniel Cruz)

O que difere, em termos de tecnologia, o mais moderno notebook da HP de seu concorrente da Sony? Eles têm velocidade compatível, chips do mesmo fabricante, discos rígidos e memórias internas com a mesma capacidade... Então o que leva o consumidor a comprar este em vez daquele? A resposta é “design”. O design é a ferramenta que faz com que a forma siga a função, o que torna o produto mais agradável para o consumidor e, ao mesmo tempo, deixa a produção em série mais fácil e econômica para o fabricante. Em resumo, o design transforma o comum em especial, sem que isso signifique perder a simplicidade.

Pelo mundo afora, incontáveis cases de sucesso de empresas que apostaram no design pipocam pela internet, mostrando que o investimento na criação vale a pena. Um deles, que já foi destaque em rede nacional de TV, está em Manaus e atende pelo nome de ‘Harmonia Nativa’.

Em 2003, a empresária Láuria Pinheiro levou as cestas de banho que fazia em casa para uma barraquinha na feira de artesanato da avenida Eduardo Ribeiro, centro de Manaus. Com poucos meses por lá percebeu que os produtos da ‘Arte na Pele’ não diferiam muito dos vendidos por outras barraquinhas espalhadas pelas feiras de artesanato Brasil afora. Quando já estava a ponto de desistir do negócio, seu caminho cruzou com o de um formando do curso de design da Universidade Federal do Amazonas, que resolveu “adotar” a empresa como trabalho de conclusão de curso. “Primeiramente ele elaborou uma nova marca e a rotulagem dos produtos. Mudamos então o nome para ‘Harmonia’, e, depois, ‘Harmonia Nativa’. Começamos a produzir sabonetes com essências da Amazônia e colocá-los em embalagens mais profissionais”, conta Láuria. O resultado? Aumento de 200% nas vendas logo no primeiro domingo com a nova roupagem. “Aprendi que não adianta investir em um produto se ele não tiver a apresentação adequada”, conclui a empresária.

Beto Coelho, 32 anos, foi quem ajudou a Harmonia Nativa a encontrar seu lugar no espaço. “Hoje continuamos juntos e evoluindo ao ponto de criar até a forma das embalagens, com patente e tudo. A nova linha ‘Defensores da Natureza’ está em uma embalagem que é um papertoy, que agrega valor pela questão da consciência ambiental, dando nova utilidade ao produto após o uso”, explica Coelho.

Investimento
O design ajudou a barraquinha da Arte na Pele a se transformar na indústria Harmonia Nativa Ltda, com quiosques nos principais shoppings de Manaus e 30 linhas de produtos de higiene e beleza atendendo a todo o Brasil.

“Ao propor a forma de um produto, o designer busca soluções técnicas para melhorar a sua qualidade formal e funcional”, explica o professor Ives Fontoura, crítico de design do jornal Estado do Paraná. “Lamentavelmente surgiu na sociedade uma ideia de que isto custa caro. Mas, se o designer busca racionalidade, usando menos matéria-prima, consumindo menos energia e produzindo com menos desperdício, indiretamente está trazendo lucro para a empresa”, ensina.

O designer (cujo dia é comemorado em 5 de novembro) luta diariamente para desfazer este mito, com uma lógica simples: se um produto melhora, atende ao desejo do público. Se atende, vende mais. Se vende mais, gera lucro.

SAIBA MAIS:
Coza
A empresa nasceu nos anos 80, produzindo calçados em Caxias do Sul. Com a morte do fundador, Rudy Zatti, a viúva assumiu os negócios, apoiada pelas três filhas. Elas vislumbraram um futuro mais promissor - utilizando o mesmo plástico que era matéria prima dos calçados - na fabricação de utilidades domésticas. O que permitiu à empresa deixar de ser só mais uma no mercado foi a criação de produtos com formatos inusitados, capazes de se encaixar e serem empilhados com muita facilidade.

Pregador multiuso
Recentemente, a empresa ganhou o iF, Oscar mundial do design, com um pregador que permite pendurar mais de uma roupa ao mesmo tempo.

Spirit
O empresário Felipe Pech não se conformava com a mesmice dos ventiladores no mercado. Todos com as mesmas hélices brancas por trás de grades plásticas. Acreditando na inovação, juntou suas economias, contratou o designer Guto Índio da Costa e, em 2002, lançou o Spirit, um ventilador de teto com duas pás (inspirado na hélice de um avião) e com opções de cores vibrantes, do verde-limão ao rosa-choque. Só no 1º ano foram 75 mil unidades vendidas e uma dezena de prêmios mundiais pelo design.

Sucesso no exterior
O desenho contemporâneo do Spirit, aliado ao diferencial ecológico do uso do ventilador, transformou o produto em sucesso de vendas também nos EUA.

Apple
Com a morte de Steve Jobs, milhares de jornais ao redor do mundo traçaram o perfil do fundador da Apple e uma característica comum apontada em todos eles foi a de que Jobs apostava no design. Ele chegava a colocar em risco as vendas de um produto, alterando cronogramas até se convencer da excelência do mesmo. A Apple criou produtos bonitos, mas, principalmente, simples e funcionais, compreendendo que design vai muito além da casca, ele alia forma e função.

Intuitivo
O iPod Shuffle, menor e mais leve tocador musical digital do mundo, tem botões de controle bem simples. É um dos produtos mais premiados da Apple.

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